quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Amar-te entre as 10 e as 11


Vou amar-te entre as 10 e as 11
Vou fazer de conta que o dia não tem mais tempo
Que os minutos desapareceram num momento
 E vou amar-te entre a s 10 e as 11.
Não vou ligar o despertador,
Não vou abrir as janelas à procura da claridade
Não vou escrever o teu nome saudade
E vou amar-te entre as 10 e as 11
Não vou adiantar os relógios lá em casa
Não que não tenha pressa de te ver
Que contenha esta sede de ti a ferver
Mas só vou amar-te entre as 10 e as 11.
Não importa se o tempo é pouco,
Pouco interessa se sobram tantas horas no dia ainda
No compasso que o calendário lento deslinda
E resume tudo entre as 10 e as 11.
Hoje vou amar-te entre as 10 e as 11
Vou deixar passar dia suavemente
Porque o relógio avariado não tem mais tempo
O ponteiro distraído entrou em contratempo
E deixou-me amar-te esta hora eternamente.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sabes o que quero de ti?

Quero o teu corpo..
Quero o teu sexo
O teu sim e o teu não
Quero o teu olhar cerrado e o ar desaparecido
Quero o teu suor, o teu sabor.
O teu sal e a tua pimenta...
Quero as tuas mãos, unhas e carne.
As tuas pernas e braços.
Quero o teu suspirar
À procura do respirar num poço sem fim.
Quero a tua cor rubra no rosto,
As tuas veias inchadas e fronte inebriada
Quero o teu prazer e o teu desfalecer
O teu cair e levantar
O teu gemer e cantar...
Quero o segrego dos teus gritos
O teu minuto hora eternidade.
Quero o teu leito, o teu rio
O teu beijo morder
O réu amor e pecado.
E quero, no fim de tudo isto
Que tenhas forca para me dar tudo o resto.

Jun2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Esta noite foste em mim primavera,
Semeaste no meu peito os teus desejos,
Do meu corpo fizeste céu dos teus adejos,
Do meu  sopro a certeza de quem te espera.

Esta noite morreu em mim o inverno,
Foste flor que nasceu selvagem ao despertar
Foste promessa no presente do verbo Amar,
Selaste-te os labios em lacre de beijo terno.

Esta noite foste tu, e só tu, puro prazer,
Tratado de posse, luxuria e tentação,
Juras de amor e promessas de sedução,
que os teus dedos lavraram fundo na carne do meu ser.

Mac 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Se me procurares,
Encontro-me no sibilar
Das contas que rezas
Todas as noites ao deitar.
Se me procurares,
Estou em todas as frases,
Em cada palavra sozinha,
Que ficou por pronunciar.
Se me procurares,
Estou em cada milímetro do teu corpo nu,
Estou no cheiro do leito
Como se estivesse a acordar.
Se me procurares,
Procura em ti...
Sr não me encontrares,
Estou por aí...
Provavelmente a ver se te encontro.
Recorda-me à hora do sol posto
Mas não me chores quando a noite chegar
Não valho as lagrimas que te lavam o rosto.
Quero antes merecer um sorriso
Quando lentamente desfizeres a trança,
Quando desfiares as horas ao compasso
De uma melodia qualquer.
Recorda-me quando te vencer o cansaço,
Mas não sonhes que vou estar outra vez.
Mão mereço as voltas da ingrata insónia.
Quero antes render-me ao teu abraço
E ternamente deixare adormecer.
Recorda-me assim como presente
Mas não me tragas sempre no passado.
Não sei as regras da gramática do sentimento.
Quero antes ser o presente que foi,
Depois o presente que sou
E por fim aquele que ainda hei-de ser... Presente recordado.
Trazes na alma o sol para a minha sombra
Trazes na pele o perfume, camomila.
Trazes no cabelo uma tarde tranquila
Trazes no beijo a paz que me desassombra.

Trazes na voz a agua para a minha sede
Nos lábios o mel invernal e silvestre
Nos teus gestos um vento campestre
No olhar trazes a janela da minha parede.

Trazes sete cores em arcos de magia
Entrelaçados em cada abraço que me dás
Trazes no sorriso um suspiro de paz
E a vontade de voltares mais um dia.

Quando o fizeres outra vez, vem a correr
Traz mais de ti, esse vicio, amor mais um pouco.
Porque fico à espera que nem um louco
Quando não estás sinto-me morrer.
Bebi da agua que me faz sede
Bebi nos teus lábios rosa purpura
Saciei-me do mel no teu peito
E dormi embriagado sobre o teu ventre.
Ah sede profunda que me queima
Que me arranca da garganta goles de terra seca
Porque outrora provar-te era um prazer
Agira é um vicio que me consome.
Quanto mais agua te bebo, mais te desejo
Mais a alma se recente da tua falta.
Seca-me a raiz da tua ausência
Sucumbe a sombra na indiferença.
Bebi da agua que me faz sede,
Bebi-a no teus lábios doces de purpura
E agora temo que a fonte se desvaneça
E a alma fique sedenta neste deserto.
Bebo das memórias o sabor
Dos teus lábios vermelho agua
Embriago a dor, afogo a magoa
Rasga-me a pele da alma amor.

Devolve-me inocente e nu à terra
Despe-me de tudo que ainda tenha
Porque ninguém me rouba alegria tamanha
O teu cheiro que a alma me encerra.

Treno, choro e até sorrio
Estou louco e só... Eu sei
Cede ao ponto a que cheguei
A ter a razão presa por um fio.

Vale decerto mais a pena
Ser um pobre tresloucado
Mas ter-te um dia amado
A ter a alma eternamente pequena.
És assim,
Nua e crua,
Um pedaço de Lua,
De pele de pêssego carmim,
Rei de manto de veludo.
És assim,
Um pouco de tudo,
Perfeita opulenta,
De pele delicada,
Um caminho de fada,
Em pomares outonais.
És assim,
Um lago a dormir,
Branca de neve a fingir,
À espera de um beijo.
És Cinderela a arder em desejo,
És tudo... E um pouco mais.
Ahhh... És assim,
Maquiavelicamente pura,
A linha imperfeita do coração,
Que me atravessa a palma da mão.
És o reflexo que teima em ir,
És assim o chegar e não partir,
És a certeza que perdura.

sábado, 9 de abril de 2011

Toco-te,
Sinto-te,
Aperto-te
Arrepio-te,
Abraço-te e
Enlaço-te no mapa do meu corpo.
Perco-te,
Encontro-te,
Mordo-te,
Saboreio-te,
Beijo-te,
Respiro-te e
Transpiro-te por cada poro aberto por ti.
Olho-te,
Sigo-te,
Lembro-te,
Gosto-te,
Digo-te e
Calo-te com um segredo nos lábios.
Canto-te,
Declaro-te,
Ouço-te,
Tiro-te e 
Ofereço-te cada verbo
Que me fazes declinar.
Em cada sentido 
Há sempre mais um.
O meu... E o teu.
Mac 07

sábado, 2 de abril de 2011

Sinto a falta do teu beijo
Sem que antes tenha provado os teus lábios.
Tenho saudades do teu corpo
Sem nunca o ter tocado a não ser sonhar acordado.
Falta-me a leveza da tua voz 
Mesmo que o tempo me tornou surdo do teu sussurro.
Sinto o desejo profundo de te ter
Ainda que nunca me tenhas sentido..
Saber explicar o que não sei
Sentir o que não descobri
Mas ter a certeza do que me move
Ainda que não tenha certeza para onde me leva.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Escrevo em folhas brancas de nada,
Em pétalas de rosa que desmaia.
Escrevo em teu corpo de jasmim veludo,
Os verbos que seu de cor no tempo Amar.
Aprendo advérbios e superlativos,
Dos batimentos acelerados em tom maior
Que a tua presença me faz soletrar.
Gago...assustado, apaixonado.
Escrevo nas folhas brancas de nada
O verso inédito tantas vezes plagiado.
Dito e declino de olhos fechados o teu corpo,
O segredo mais divulgado...
Sei de cor o branco do nada,
E os tempos do teu verbo amar...

quinta-feira, 24 de março de 2011

Apetecia-me....deixar-te num beijo escrito nos lábios que a saudade é doce depois de saber a fel. 
Deixar-te impresso no corpo que o meu também treme por ti.
Deixar-te viva nos olhos a imagem que guardo mesmo quando não estás.
E deixar-te no coração a euforia de uma criança a brincar com um sonho de ser feliz na palma da mão...
Março 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

Em cada dedo que movo,
Em cada traço que rasgo.
A cada momento que gasto,
Por cada passo que sigo…
Há um pedaço de ti;
Há um outro de alguém que não sei.
Em cada respiração que soletro,
Em cada suspiro que canto,
A cada dia que esbanjo,
Por cada flor que desfloro…
Há um pedaço de ti;
Há um outro de alguém que não sei…
Há um reflexo de mim… em ti.
1/4/07
Não consigo fazer poesia meu amor...
E a culpada és tu...
As palavras saem pobres e vazias
As cores nuas.
Já nem a brisa tem o sabor adocicado,
Nem as primaveras dão cantigas.
Não consigo declamar poesia meu amor,
A ti atribuo a culpa...
Porque me levas todo o sentimento
E quando não estás ficam as letras órfãs de significado.
Não consigo escrever poesia meu amor
Porque ela não existe sem o teu azul de todas as cores.
Nesse céu intenso e imenso que se confunde com o perfeito...
Cada vez que te revejo, 
Cada vez que me afogo nos teus olhos
É como se a poesia fosse ali mesmo um verbo existir...
Nas declinações e conjugações.
Nos tempos verbais mais-que-perfeitos de uma certeza absoluta, sintética e analítica.
Já não há mais poesia meu amor.
Quando te vais levas a inspiração e a respiração.
Levas presa no sorriso as enciclopédias,
Levas nos cabelos fartos e macios as prosas e as estrofes...
Levas embebidas nos teus lábios os sonetos e as rimas.
Já não há poesia meu amor...
Foi-se Camões, Pessoa e Espanca.
Até Cesariny não quis ficar.
Andrade e os demais... Todos desistiram.
Chamei-os a gritar:
 já não há poesia!!!
Incrédulos, em papeis e recitações quiseram provar o contrário,
Convidaram Picasso, Dali,
Trouxeram Gougin e até Miró...
Nem assim a poesia apareceu.
Eu sabia... Já não há poesia.
Foi com o meu amor, no olhar multicolor...
Não importa, Ela volta...
Vou esperar!
Fiquei parado no meio da noite
Entre dois sonhos soltos sem história 
À espera de um dia que tardou nascer 
De uma luz que demorou em chegar.
Fiquei sozinho no meio do nada
Entre uma lua e tantas estrelas
À espera de alguém que me acordasse 
E me avisasse que a madrugada se emancipou do nada e ocaso surgiu.
 de mim.
Fiquei parado, imóvel, pedra sem gestos despido de formas 
A ouvir do ar a esperança que por ali passes para me acordar
Toco-te sempre que penso em ti. Toco-te sempre que soletro os teus sonhos. 
Toco-te sempre que inspiro o teu suspiro.
Sempre que me ofereces um sorriso,
Toco-te como te tocava,
Toco-te...
Deixando os meus dedos falar.
E no sibilar em ladainha de memórias me sentes no teu coração tocar...

2011 Março

terça-feira, 15 de março de 2011

Sabes o que és, assim, agora?
Uma manhã de orvalho, 
Um bom dia.
Um acordar preguiçoso, enroscar a cabeça , alegria.
Sabes o que és, assim, agora?
Um entardecer, um por do sol, 
Um ate já, um não faz mal.
Uma presença diária mas nunca igual. 
Um chega-te aqui, um fazes-me falta,
Planície às cores, uma montanha alta.
Sabes o que és, assim, agora?
Uma noite serena, uma lua a espreitar. Um braço enrolado, corpo segredado, um boa noite... Um : Gosto tanto assim de te amar.

Inicio

Porque tudo tem um inicio... ainda que demore quase 39 anos a começar...
Aqui se possa encontrar a gramatica da existência, o dicionário dos dias que correm, os tempos do verbo VIVER!!!


Escrevo-te

Escrevo-te esta carta  pelo fim
Porque não sei por onde começar...
Faltam-me os verbos, as forças e o ar,
Faltam-me as palavras e tremo assim...
Termino com um beijo e um abraço,
Sem saber como te digo que te amo,
Que me interrogo ou te exclamo,
Sem perder o meu eterno  embaraço.
Quero que saibas o que não sei;
Como me sinto, sem ti, enquanto escrevo,
Como respiro fundo e me atrevo
A escrever-te o que sem saber improvisei.
Começo pelo fim porque não sei começar...
Porque incapaz de dizer na cara o que sou,
Sem saber explicar como tudo começou,
Sem poder justificar o porquê de te amar.
Termino pelo inicio porque não consigo acabar.
Leio o que escrevi e nada consegui dizer.
É como querer  ter o mundo nas mãos e nada ter;
Ter sentido tanta coisa... e no fim, não saber explicar.
MAC 2011