segunda-feira, 21 de março de 2011

Não consigo fazer poesia meu amor...
E a culpada és tu...
As palavras saem pobres e vazias
As cores nuas.
Já nem a brisa tem o sabor adocicado,
Nem as primaveras dão cantigas.
Não consigo declamar poesia meu amor,
A ti atribuo a culpa...
Porque me levas todo o sentimento
E quando não estás ficam as letras órfãs de significado.
Não consigo escrever poesia meu amor
Porque ela não existe sem o teu azul de todas as cores.
Nesse céu intenso e imenso que se confunde com o perfeito...
Cada vez que te revejo, 
Cada vez que me afogo nos teus olhos
É como se a poesia fosse ali mesmo um verbo existir...
Nas declinações e conjugações.
Nos tempos verbais mais-que-perfeitos de uma certeza absoluta, sintética e analítica.
Já não há mais poesia meu amor.
Quando te vais levas a inspiração e a respiração.
Levas presa no sorriso as enciclopédias,
Levas nos cabelos fartos e macios as prosas e as estrofes...
Levas embebidas nos teus lábios os sonetos e as rimas.
Já não há poesia meu amor...
Foi-se Camões, Pessoa e Espanca.
Até Cesariny não quis ficar.
Andrade e os demais... Todos desistiram.
Chamei-os a gritar:
 já não há poesia!!!
Incrédulos, em papeis e recitações quiseram provar o contrário,
Convidaram Picasso, Dali,
Trouxeram Gougin e até Miró...
Nem assim a poesia apareceu.
Eu sabia... Já não há poesia.
Foi com o meu amor, no olhar multicolor...
Não importa, Ela volta...
Vou esperar!

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