quinta-feira, 21 de abril de 2011

Esta noite foste em mim primavera,
Semeaste no meu peito os teus desejos,
Do meu corpo fizeste céu dos teus adejos,
Do meu  sopro a certeza de quem te espera.

Esta noite morreu em mim o inverno,
Foste flor que nasceu selvagem ao despertar
Foste promessa no presente do verbo Amar,
Selaste-te os labios em lacre de beijo terno.

Esta noite foste tu, e só tu, puro prazer,
Tratado de posse, luxuria e tentação,
Juras de amor e promessas de sedução,
que os teus dedos lavraram fundo na carne do meu ser.

Mac 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Se me procurares,
Encontro-me no sibilar
Das contas que rezas
Todas as noites ao deitar.
Se me procurares,
Estou em todas as frases,
Em cada palavra sozinha,
Que ficou por pronunciar.
Se me procurares,
Estou em cada milímetro do teu corpo nu,
Estou no cheiro do leito
Como se estivesse a acordar.
Se me procurares,
Procura em ti...
Sr não me encontrares,
Estou por aí...
Provavelmente a ver se te encontro.
Recorda-me à hora do sol posto
Mas não me chores quando a noite chegar
Não valho as lagrimas que te lavam o rosto.
Quero antes merecer um sorriso
Quando lentamente desfizeres a trança,
Quando desfiares as horas ao compasso
De uma melodia qualquer.
Recorda-me quando te vencer o cansaço,
Mas não sonhes que vou estar outra vez.
Mão mereço as voltas da ingrata insónia.
Quero antes render-me ao teu abraço
E ternamente deixare adormecer.
Recorda-me assim como presente
Mas não me tragas sempre no passado.
Não sei as regras da gramática do sentimento.
Quero antes ser o presente que foi,
Depois o presente que sou
E por fim aquele que ainda hei-de ser... Presente recordado.
Trazes na alma o sol para a minha sombra
Trazes na pele o perfume, camomila.
Trazes no cabelo uma tarde tranquila
Trazes no beijo a paz que me desassombra.

Trazes na voz a agua para a minha sede
Nos lábios o mel invernal e silvestre
Nos teus gestos um vento campestre
No olhar trazes a janela da minha parede.

Trazes sete cores em arcos de magia
Entrelaçados em cada abraço que me dás
Trazes no sorriso um suspiro de paz
E a vontade de voltares mais um dia.

Quando o fizeres outra vez, vem a correr
Traz mais de ti, esse vicio, amor mais um pouco.
Porque fico à espera que nem um louco
Quando não estás sinto-me morrer.
Bebi da agua que me faz sede
Bebi nos teus lábios rosa purpura
Saciei-me do mel no teu peito
E dormi embriagado sobre o teu ventre.
Ah sede profunda que me queima
Que me arranca da garganta goles de terra seca
Porque outrora provar-te era um prazer
Agira é um vicio que me consome.
Quanto mais agua te bebo, mais te desejo
Mais a alma se recente da tua falta.
Seca-me a raiz da tua ausência
Sucumbe a sombra na indiferença.
Bebi da agua que me faz sede,
Bebi-a no teus lábios doces de purpura
E agora temo que a fonte se desvaneça
E a alma fique sedenta neste deserto.
Bebo das memórias o sabor
Dos teus lábios vermelho agua
Embriago a dor, afogo a magoa
Rasga-me a pele da alma amor.

Devolve-me inocente e nu à terra
Despe-me de tudo que ainda tenha
Porque ninguém me rouba alegria tamanha
O teu cheiro que a alma me encerra.

Treno, choro e até sorrio
Estou louco e só... Eu sei
Cede ao ponto a que cheguei
A ter a razão presa por um fio.

Vale decerto mais a pena
Ser um pobre tresloucado
Mas ter-te um dia amado
A ter a alma eternamente pequena.
És assim,
Nua e crua,
Um pedaço de Lua,
De pele de pêssego carmim,
Rei de manto de veludo.
És assim,
Um pouco de tudo,
Perfeita opulenta,
De pele delicada,
Um caminho de fada,
Em pomares outonais.
És assim,
Um lago a dormir,
Branca de neve a fingir,
À espera de um beijo.
És Cinderela a arder em desejo,
És tudo... E um pouco mais.
Ahhh... És assim,
Maquiavelicamente pura,
A linha imperfeita do coração,
Que me atravessa a palma da mão.
És o reflexo que teima em ir,
És assim o chegar e não partir,
És a certeza que perdura.

sábado, 9 de abril de 2011

Toco-te,
Sinto-te,
Aperto-te
Arrepio-te,
Abraço-te e
Enlaço-te no mapa do meu corpo.
Perco-te,
Encontro-te,
Mordo-te,
Saboreio-te,
Beijo-te,
Respiro-te e
Transpiro-te por cada poro aberto por ti.
Olho-te,
Sigo-te,
Lembro-te,
Gosto-te,
Digo-te e
Calo-te com um segredo nos lábios.
Canto-te,
Declaro-te,
Ouço-te,
Tiro-te e 
Ofereço-te cada verbo
Que me fazes declinar.
Em cada sentido 
Há sempre mais um.
O meu... E o teu.
Mac 07

sábado, 2 de abril de 2011

Sinto a falta do teu beijo
Sem que antes tenha provado os teus lábios.
Tenho saudades do teu corpo
Sem nunca o ter tocado a não ser sonhar acordado.
Falta-me a leveza da tua voz 
Mesmo que o tempo me tornou surdo do teu sussurro.
Sinto o desejo profundo de te ter
Ainda que nunca me tenhas sentido..
Saber explicar o que não sei
Sentir o que não descobri
Mas ter a certeza do que me move
Ainda que não tenha certeza para onde me leva.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Escrevo em folhas brancas de nada,
Em pétalas de rosa que desmaia.
Escrevo em teu corpo de jasmim veludo,
Os verbos que seu de cor no tempo Amar.
Aprendo advérbios e superlativos,
Dos batimentos acelerados em tom maior
Que a tua presença me faz soletrar.
Gago...assustado, apaixonado.
Escrevo nas folhas brancas de nada
O verso inédito tantas vezes plagiado.
Dito e declino de olhos fechados o teu corpo,
O segredo mais divulgado...
Sei de cor o branco do nada,
E os tempos do teu verbo amar...