sábado, 17 de novembro de 2012


Sabes… acordei com a esperança de que fosse primavera ao ver o sol invadir os frisos entreabertos da cortina…
Afinal é Outono… O sol foi passageiro e o aroma floral que me engana todas as manhãs vem dos teus cabelos lisos que teimam em não ficar na tua almofada e ocupam o meu rosto, quase colado ao teu…
Deve ser a vingança que durante o sono preparas pela invasão dos meus braços no teu território… no teu corpo.
Afinal é Outono, quase inverno… onde os dias curtos e frios nos oferecem a preguiça de um sofá para fugir dos encontrões de guarda-chuvas com pressa de se esgueirarem debaixo dos beirais.
Os livros têm um som mais melancólico a cada folha que viramos compassados pelo crepitar da lareira e a luz parece morrer a cada pedaço de madeira que vai morrendo devagar… em Outono devagar…
Vem aí o Inverno… e os dias serão mais curtos, o sofá mais preguiçoso e o lume mais embalado… os livros sabem a castanhas e porto, a doces de natal e frio, a cahecóis de lã e gorros coloridos… a neve, a chaminés…
Mas tu.. continuas a ser a primavera que agarro à noite e não deixo fugir até o dia aparecer… em cinzento de chuva forte… ou com sol a enganar na vidraça…

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