quarta-feira, 10 de julho de 2013

Por Quem?!


Por quem esperas quando vem o Outono?
Quem tu ouves e te acorda o sono…
Por quem suspiras quando se apaga o dia?
Que cor tu cantas em som de poesia?
Por que momento anseias quando se acaba o tempo,
Se ainda agora sorrias em plena Primavera?

Por quem danças em folha de Novembro?
Quem te deixa saudades de Setembro?...
Por quem choras em tarde de céu carregado?
Quem te traz assim o céu amarrado?...
Quem te aquece do frio de estar só?
Se ainda agora eras o calor do Verão.

Por quem olhas quando vês partir
Quando te fogem das mãos
As memórias em bandos largos de migração.
Por quem rasgas a voz ao meio e a sentir
Que te deixa um ardor cá dentro, qual Inferno…
Se ainda agora chegou o eterno Inverno…


Dezembro 2007
Eternidade

Por um segundo sejamos eternos,
Fazemos do tempo um relógio parado,
Bebemos sem pressa o presente e o passado
Imortalizamos olhares e gestos efémeros.
Depois… que se apague a luz do dia
Na forte, farta e fatal melancolia
Do instante, de um momento terminal,
Em segredos, sorrisos, sagazes sobre o destino fatal.

Por un instante seremos para sempre.
Elevados à condição de deus perfeito.
Ficamos abraçados, em silêncio e sem jeito
À espera que se abra a porta e alguém entre…
E no fim… a força, fraca faz-nos tremer
Leva-me, enfim, a cada minuto  a perceber
Que mesmo num eterno tempo compassado
Nada vale e é fútil a eternidade...
Se não estiveres perfeita, presente, passado

Eternamente ao meu lado.
Escreve-me um poema em ti

Escreve-me um poema em ti,
No teu corpo despido no escuro,
Nos teus braços sonetos, futuro,
No teu peito o passado que vivi.
Escreve-me um poema em ti,
Nos teus lábios um verso maduro,
No teu regaço um porto seguro,
Onde guardo tudo o que senti.
Escreve um poema em mim,
Para que o leias na ponta dos dedos,
E te revele os meus segredos
E reclinada no meu ombro adormeças por fim.

MAC
Escuta o que te digo em silêncio
Que fique bordado em teu vestido de seda,
Nos teus sonhos de grená de sol poente…
Escuta bem o que te segredo
E perde as sete chaves do cofre
Onde guardas o que te revelo.
Toma bem atenção ao que te mostro,
Que fique provado em teus cadernos,
Na tua colecção de poemas velhos….
Escuta o ar, o mar, o vento e o nada
Grava-o na lápide cerimonial de cada vida.
O presente é efémero….
Senão o agarras vira passado,
Como os barcos na doca da tua boca.
Escuta bem o que te digo

E pinta-o em meu retrato…