terça-feira, 31 de julho de 2012

O Tempo pára

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Por vezes o tempo parece parar...
Por vezes, apenas...

 Ilusão ténue de mandar no passado, manipular o presente e prever o futuro...
Por vezes, apenas...
 O tempo não pára.... paramos nós! Sem dar conta que ele continuou... Mas também ele não dá conta que lhe roubamos um tempo para guardar... só nosso... sem tempo qualquer.

Pilar escarpado



Por onde vais?
Em quem pensas?
Para onde olhas quando atravessas o cais?...
Onde desaguam as tuas lembranças?
Onde escondes a tuas esperanças?
Como respiras?
Ao compasso de cada passo?
Ou ao ritmo de quem recordas... por quem suspiras?
Onde vais tu tempo que passaste a correr,
Não dei conta nem demora,
Vi-te passar pela ponte de ferro
Que une o antes e o agora
Senti-te por entre os dedos a escorrer....
Por onde vais? Em quem pensas? Para onde olhas?


O meu Super Herói




Quando eu era petiz o meu mundo de fantasia tinha bem arrumado os heróis e os vilões.
Os heróis, os super, cheios de poderes, com capa e um simbolo fantástico no peito. O Flash, ou o Thor, o Hulk e o Capitão America.
Depois havia os heróis extraordinários, o Sandokan e o Tarzan, o John Wayne e o Robin Hood ou o Trinitá, aqueles seres extraordinários que só um gesto derrotavam os inimigos e ficavam sempre no fim com a mulher bonita ao som de uma música épica e um por do sol.
E depois havia o meu pai. Tinha a certeza que o meu pai era o herói dos heróis. O meu pai era o melhor de todos. Era melhor que os pais dos meus vizinhos, dos meus amigos, mesmo dos convencidos que insistiam na convicção de que o deles é que era o maior.
Tinha a certeza que o meu pai era o Herói, que não entrava em filmes mas que tinha todos os poderes imagináveis. Tinha a certeza que lá escondido no guarda-fatos estava o fato com um símbolo fantástico que ele vestia às escondidas antes de sair para salvar o mundo dando a desculpa de que ia trabalhar.
Nunca vi o fato, nem descobri o lado “Marvel” do meu pai, mas tenho a certeza de que a minha busca não foi em vão e de que as minhas certezas absolutas e sintéticas da heroicidade do meu pai estavam correctas. Porque o meu pai nunca terminou os filmes abraçado a modelos de cinema nem com musicas épicas em por do sol… mas esteve sempre lá para salvar o meu mundo quando eu precisei.
Nunca precisou sequer de usar a capa e os poderes mais extraordinários para resolver os meus complexos dilemas contra todos os meus azares ou “inimigos”.
Tenho a certeza que ainda hoje o meu pai, nos seus cabelos brancos e no seu jeito carinhoso, é um herói… o meu herói… o melhor de todos… o SUPER HEROI.
Parabéns pai….