domingo, 15 de janeiro de 2012

Manta de retalhos


Passas os dias a bordar sorrisos
A pontear as saudades
A remendar felicidades
E a bordar sonhos perdidos.
Passas o tempo a cantar o passado
A Rezar por um futuro
A lamentar um presente que tem sido duro
Onde tudo foge e te passa ao lado
Passas as noites pensar
Como será o dia que vem depois
Um dia vivido a dois
Um presente que nunca vai acabar
Guardas depois a manta de retalhos acabados
De sorrisos bordados e felicidades remendadas
Servir-te-á de aconchego nas noites geladas
Quando partilharmos a noite abraçados.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Carta


Amor…
(Deixo em branco três linhas no inicio ao começar…)
Não o faço por cortesia ou por beleza
Apenas porque tenho a absoluta certeza
 Que me faltam as palavras para iniciar.
Amor…
(Como gosto quanto te perdes em sorriso)
Seria o silêncio que encontrarias no meu rosto
Como um desmaio de verão em hora de sol-posto,
Se me olhasses e visses o abraço que eu preciso
Amor…
(Deixo em branco três espaços espaçados) …
Não tenho verbos para descrever o agora sinto
A saudade que estas horas arrastam em labirinto
Carregada em letras em vocábulos apertados.
Amor…
(Deixo em branco três linha já no fim…)
Não tenho jeito nem coragem nas despedidas
Não sou capaz de selar a carta com promessas desmedidas
De amor profundo e tão eterno assim…
Termino antes pelo início que não soube começar.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Gostaria de poder amar-te

Gostaria de poder amar-te...
Talvez o faça em cerrado segredo
Entre apaixonada euforia e o medo
Gostaria de poder abraçar-te.

Gostaria de poder ver-te...
Talvez até o faça às escondidas
Por entre estas palavras perdidas...
Gostaria tanto poder dizer-te...

Gostaria de poder falar-te
Talvez o faça mesmo estando calado
Quando sem dares conta passas ao lado...
Gostaria tanto poder amar-te.

Espaço entre nós

Só um beijo assim
Pode encurtar a distância entre o nosso olhar.
O silêncio que há em mim
Que vive preso na ganância de te querer beijar…
Só um abraço apertado
Acaba com este espaço que nos está a separar.
Só o meu corpo no teu, tatuado
Engana esta saudade, este desejo superlativo de amar.
Depois vens,
Inocente tentadora,
Revelas tudo o que tens…
E dizes… Ama-me… agora.

É preciso

É preciso partir
Para voltar a chegar…
É preciso perder
Para voltar a encontrar…
É preciso o silêncio
Para voltar a gritar…
É preciso o eco
Para conseguir escutar…
É preciso respirar fundo
Para conseguir saltar…
E mão amiga, uma força
Para conseguir recomeçar…
Porque às vezes
É preciso cair
Para conseguir levantar…

Os dias

Os dias contam-se de trás para a frente
Ou da frente para trás.
Seguidos ou corridos somente,
Curtos e estendidos
Vazios, cheios, memoráveis ou perdidos…
Os dias contam-se….. como? Tanto faz!
Os dias têm cor, têm saudade e amor
São azul infinito, são da cor de um sorriso,
 e do escuro de um grito.
O dia é arco-íris lilás… tanto faz.
Os dias passam devagar ou a correr
Passam a sorrir e a sofrer,
Sem ordem ou abecedário,
Os dias passam sem dar-mos conta
Que já fazem parte do passado
Que foram curto futuro,
Presente prematuro,
São música sem fado …
Os dias cantam-se em surdina
Os dias choram-se em segredo
Os dias perdem-se na esquina
Surpreendem e metem medo…
Os dias contam-se de trás para a frente e da frente para trás…
Os dias não importam… o tempo… tanto faz
Há quanto tempo não faço eu parte dos teus dias
Daqueles dias que ficaram lá para trás…

1 ano